quarta-feira, 25 de maio de 2016

Todo dia 20..

Sempre fui o tipo de garota que tropeça nas estrelas... só pra ter o gostinho de amanhecer nas nuvens!

Sempre fui o tipo de garota que se apaixona por tudo... que vislumbra e idealiza o idealizável.

Pois bem, vejam só... uma típica Gabriela que desde pequena já tinha olhos brilhantes por tudo, uma caricata moleca, que viveu paixões e que paixões.. sensações, nossa que sensações!! 

Apaixonei-me tanto e por tudo, com aquela intensidade que a pituca faz na palha e logo em seguida são somente cinzas. 

Lembro-me de quando era bem pequena, amava minhas férias no interior, sentada com senhoras brejeiras, biatas e mesmo sem gostar do sabor do café (naquela época), o cheiro me encantava... pois hoje em minha pequena sabedoria sei que a maior função do café além de me acordar todas as manhãs e tarde é de agregar as pessoas, me dava alegria ao peito. Ali estava eu sentada à beira da calçada ouvindo as histórias e tomando aquele café em copo americano, com a satisfação de saciar minha eterna curiosidade pelas coisas. 

Fui crescendo e a minha paixonite só aumentava... tenho lembranças do meu primeiro beijo, por volta dos 9 anos, com tanta intensidade, tinha algo de angelical, com ternura... até hoje me recordo do sabor e do cheiro. 

Tenho essa pratica ou doença de ser um ser “paixonite” e pelo visto só evolui o meu quadro clinico a cada dia, mês, ano que sinto minha jovialidade... fiz coisas absurdas por “amor”. Cartas quilométricas daquela que se dizia infinitas vezes "eu te amo", cartinhas com infinitos e piegas corações em caixas do correio, pulei muros, poetizei, me amacei, me enamorei tantas e tantas vezes que nem consigo contar.

Afinal, sou do tipo que se apaixona todas as semanas, tento tirar das minhas idealizações o melhor, e é por esse melhor que me apaixono...

O antagonismo dessa idealização nas pessoas é que na semana seguinte, quando em triste realidade me deparo com as cinzas de cada um, me desapaixono isso de alguma maneira é bom, pois não sofro mais que uma semana (rs), pois na seguinte terei uma nova paixão.

Mas, o que fazer?! Sou uma típica "paixonite".

Diziam-me, quando crescer passa, como o velho ditado, quando casar sara... Estou eu aqui as vésperas de um 31 e não sarou!! 

Enfim... hoje o que quero?!
- Quero ter o gosto daquela paixão fatal, que de tão fatal acalenta na verdade. 
O ser que não seja cinzas, que dessas cinzas todas as semanas eu abstraia sua cor mais intensa, que dele me apaixone arduamente todas as manhãs, que em meio as poucas brigas ou resoluções de problemas, seu cabelo bagunçado me traga risos ao acordar e do arranhar de sua barba eu tenha cócegas, que a ponta de seu dedão do pé se entrelace ao meu, quero rir de suas piadas bobas... assim me abastecerei de risos todos os "acordas", que eu tenha o de repente 20 todas as vezes que seus beijos me derem calafrios e arrepios na espinha tão intensos, que não pense em lugar mais aconchegante que seus braços. 

Não quero deixar de ser a menina "paixonite" e sim me apaixonar todos os dias pela mesma pessoa!


Then there was music and wonderful roses
They tell me in sweet fragrant
Meadows of dawn and you
(Till There Was You - The Beatles)