domingo, 24 de julho de 2011

E hoje rolou aquela mistura de saudades e solidão! Será nostalgia?



Segundo o dicionário nostalgia é algo que descreve uma sensação de saudades de um tempo vivido, frequentemente idealizado e irreal. Nostalgia é um sentimento que surge a partir da sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida.

Ontem
Todos os meus problemas pareciam tão distantes
Agora parece que eles vieram pra ficar
Oh, eu acredito no ontem

De repente
Não sou metade do homem que costumava ser
Há uma sombra sobre mim
Oh, o ontem veio de repente
...
Ontem
O amor era um jogo fácil de se jogar
Agora preciso de um lugar para me esconder
Oh, eu acredito no ontem

(Yesterday - The Beatles)



Saudades de tantas coisas...

De problemas que não eram meus e sim dos outros que eu aconselhava...
Saudade da música, do tempo que levar carão por errar uma partitura ou uma nota me irritava!
Do teatro que a cada entrada no palco me trazia taquicardia.
De acordar cedo para a escola com o grito da minha mãe, dizendo que não ia me chamar de novo... 
Saudade de algumas amizades que não voltarão mais!

De pular corda, elástico ou brincar de garrafão...
Chupar manga no alto do pé, jogar biloca, soltar pipa...
Subir e descer morro, bater bola, brincar de barbie... de médico! rsrsrs
Esconde-esconde, dá uma fugidinha pra jogar vídeo game na sorveteria, escondida de mainha (pq era coisa de menino rsrs)

Ou quando os teus amigos te incentivavam a pular muro ou descer uma mega ladeira com uma bicicleta sem freios...
Saudades de um tempo que chorava pelos meus amores platônicos, que nunca percebiam que eu estava ao seu lado...
Dos choros infundados, ou desesperados por coisas que nem eram tão relevantes!

Ou mesmo de um passado nem tão distante!
Onde tinha tantos sonhos... ou mesmo achava que ia mudar o mundo com palavras!
Ou que seus beijos me ressuscitariam a cada manhã...
Da época de que sorrisos e abraços se iniciava uma amizade.
Das leituras noite a dentro, das conversas que nunca eram tão banais e sempre procurava demonstrar intelectualidade.

Das rodas para cantar e mostrar que sabíamos as musicas do legião urbana, beatles ou los hermanos.
Como era bom!

Aff... será que consigo elencar tantas e tantas coisas, que me dão saudade!

Cassimiro de Abreu em "Meus oito anos", escreve com maestria sobre isso...

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !

Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!

Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Hoje a tarde assisti um filme chamando "Um beijo roubado", onde em algum momento a garota perguntava ao dono do café porque ele guardava as chaves que ficavam por lá e ele respondeu que não cabia a ele se desfazer delas, pois não era a sua função fechar as portas de ninguém!

E ela se vai em busca de alguns objetivos, se perguntando por que quando estamos perdidos é tão difícil atravessar a rua, por que escolhemos o caminho mais longo (sofrer).

E após a sua jornada ela percebe que não é tão difícil atravessar a rua, só depende de quem está do outro lado!

E foi ai que percebi... estou com sintomas de nostalgia!
Sinto saudades de tantas coisas, mas não posso esquecer jamais de todas essas situações, pois elas me tornaram o que hoje sou!

Uma mulher! 
Erros, acertos, qualidades, defeitos...
Antagônica! Enfim, ora mocinha, ora vilã...


Afinal, de devaneio em devaneio a gente constrói um tombo... mas de risada em risada se ensaia a alegria! E de escolha em escolha a gente constói a vida!

Ando assim... uma construção ambulante!
Com dúvidas, certezas... e por ai vai!


4 comentários:

  1. saudades.. momentos que não saem da cabeça

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  2. Affffff... Coincidentemente estou muuuuito nostálgica hj... Como diria Zeca Baleiro: " Ando tão à flor da pele, Que qualquer beijo de novela me faz choraR..."

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  3. [...] há um virar de página e a história continua, mas não o texto. (Fernando Pessoa) Acredito que a saudade contribua imensamente para a escrita do livro da vida. Seja para após uma lembrança, jogar aquele sorriso discreto no rosto e continuar, ou então, para não insistimos com o pretexto de sofrimento. Ah saudade infinita de coisas quase que banais.

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  4. Falar de nostalgia não é fácil, escrever então...

    Parabéns!

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